A deficiência visual é uma condição que afeta a capacidade de ver, seja parcial ou totalmente. Ela pode ser causada por diversos fatores, como doenças, acidentes, envelhecimento ou fatores genéticos. A deficiência visual pode trazer diversos desafios para a vida dos estudantes, como dificuldades de leitura, escrita, mobilidade, orientação e comunicação.
No entanto, existem diversas formas de superar esses desafios e garantir uma educação de qualidade e inclusiva para os estudantes com deficiência visual. Uma delas é o uso de tecnologia complementar e apoios que auxiliam na aprendizagem e na autonomia dos estudantes.
O que é tecnologia complementar?
Tecnologia complementar é um termo que se refere a qualquer equipamento, sistema ou serviço que aumenta, mantém ou melhora as habilidades funcionais das pessoas com deficiência. Ela pode ser usada para facilitar o acesso à informação, à comunicação, à educação, ao lazer e ao trabalho.
A tecnologia complementar pode ser dividida em duas categorias: a tecnologia assistiva e a tecnologia adaptativa.
A tecnologia assistiva é aquela que substitui ou compensa uma função perdida ou limitada por causa da deficiência. Por exemplo, uma bengala para pessoas cegas, um aparelho auditivo para pessoas com deficiência auditiva ou uma cadeira de rodas para pessoas paraplégicas.
A tecnologia adaptativa é aquela que modifica ou adapta um equipamento, sistema ou serviço existente para torná-lo acessível e adequado às necessidades das pessoas com deficiência. Por exemplo, um teclado ampliado para pessoas com baixa visão, um mouse adaptado para pessoas com dificuldades motoras ou um software de leitura de tela para pessoas cegas.
Tipos de tecnologia complementar e apoios para estudantes com deficiência visual ou baixa visão
Existem diversos tipos de tecnologia complementar e apoios para estudantes com deficiência visual, que podem ser classificados em:
Recursos ópticos
são aqueles que ampliam ou melhoram a imagem visual, como lupas, telescópios, óculos bifocais ou monoculares. Eles podem ser usados para ler textos impressos, ver objetos distantes ou observar detalhes.
Recursos não ópticos
são aqueles que facilitam a percepção visual por meio de contrastes, cores, formas ou tamanhos. Eles podem ser usados para destacar informações importantes, organizar o material didático ou identificar objetos. Alguns exemplos são: lápis 5b u 6b, canetas pretas ou azuis-escuras com ponta porosa, folhas com pautas mais escuras e mais espaço entre as linhas, tiposcópios (dispositivos que bloqueiam parte do texto para facilitar a leitura), colas coloridas ou outros recursos úteis para marcar objetos ou palavras, recursos para aproximar o texto do estudante e favorecer a manutenção da postura adequada, como prancheta inclinada, cadeiras rebaixadas ou mesas mais elevadas.
Recursos eletrônicos
são aqueles que usam energia elétrica ou bateria para funcionar e oferecem recursos visuais, sonoros ou táteis. Sendo assim, podem ser usados para converter informações de um formato para outro (por exemplo, de texto impresso para áudio ou Braile), ampliar imagens em telas, produzir materiais acessíveis ou facilitar a comunicação. Alguns exemplos são: scanner, computador com software de reconhecimento óptico de caracteres (programa que transforma imagens de texto em texto editável), software de leitura de tela, software de ampliação de tela, impressora Braile, linha Braile, reglete (dispositivo usado para escrever em Braile), soroban (ábaco adaptado para cálculos matemáticos), relógio falante, telefone com teclas grandes ou em Braile.
Recursos humanos
são aqueles que envolvem a participação de outras pessoas para auxiliar os estudantes com deficiência visual. Assim, podem ser usados para orientar, acompanhar, transcrever, interpretar, adaptar ou produzir materiais didáticos. Alguns exemplos são: professor especializado, professor de apoio, intérprete de língua de sinais, leitor, escriba, transcritor, adaptador, produtor.
Orcam e como ele complementa a educação dos estudantes com deficiência visual e baixa visão
A Orcam é um dispositivo de tecnologia assistiva que consiste em uma pequena câmera acoplada a um fone de ouvido sem fio. Ela usa inteligência artificial para reconhecer rostos, objetos, textos, cores, cédulas e códigos de barras e informar ao usuário por meio de áudio.
A Orcam pode ser usado por estudantes com deficiência visual para facilitar o acesso à informação e à comunicação no ambiente escolar. Por exemplo, ela pode:
– Ler textos impressos ou digitais em qualquer superfície, como livros, revistas, quadros, telas ou etiquetas.
– Identificar pessoas e objetos pelo nome, como colegas, professores, carteiras, mochilas ou materiais escolares.
– Reconhecer cores e cédulas, como roupas, lápis, notas ou moedas.
– Ler códigos de barras e informar o nome e o preço dos produtos.
– Ajustar o volume e a velocidade da voz conforme a preferência do usuário.
Orcam é uma tecnologia complementar que não substitui os demais recursos e apoios para estudantes com deficiência visual. Ela é uma ferramenta adicional que pode ser usada em conjunto com outros recursos ópticos, não ópticos, eletrônicos ou humanos.