Surfista cego mostra que surfe não tem limites: conheça a história de Elias Figue
Aos 16 anos, Elias ”Figue” como é conhecido perdeu a visão em um acidente de carro, depois de superar muitos obstáculos, o catarinense já conquistou duas medalhas de prata no Mundial Surf Adaptado.
– Primeiro foi um acidente de carro [em 1989], depois de uma distração, batemos em um muro. Eu estava sem cinto de segurança (o uso do cinto ainda não era obrigatório por lei) e bati o rosto no para-brisa. Tive descolamento de retina e perdi a visão – lembrou Figue, hoje com 45 anos.
Como seria se equilibrar e decifrar o mar no escuro? Figue não tinha uma resposta, e a tristeza ganhou espaço diante de tantas incertezas.
– Eu não tinha vontade de viver, mas também tampouco tinha coragem de fazer alguma loucura, de tirar minha vida, por exemplo. Então, era como se eu quisesse só dormir e nunca mais acordar. Porque enquanto eu estava dormindo estava tudo bem, mas, quando acordava, eu caía na realidade, não é? – recordou.
Surfista cego mostra que surfe não tem limites: o recomeço
Para seguir em frente, Figue tomou uma decisão muito importante, a aceitação!
Ele desenvolveu uma nova maneira de viver, aproveitando toda potência que os outros sentidos podiam proporcionar. A respiração, o foco no momento presente e o tônus adquirido por meio das posturas da yoga trouxeram uma nova percepção: mente sã, corpo são.
Depois de uma viagem à Índia, Figue tornou-se professor e transformou uma das salas de sua casa em uma escola. Gerindo o seu próprio tempo entre uma aula e outra, a vontade de surfar voltou.
– O surfe voltou na minha vida quando abri a minha escola. Eu tinha tempo livre em casa. Saí de uma agência de propaganda e aí então comecei a ir para a água com os meus amigos para tomar um banho de mar, ficar boiando e tomando sol.
Mas boiar não matava a vontade de dropar e aos 33 anos, 17 após o acidente, Figue voltou a surfar.
– Dentro do mar, eu vi que dava para surfar. Foram 17 anos longe de uma paixão que corroía o meu coração. A volta foi incrível, realizei tudo que eu poderia realizar, sabe? – diz Figue
Fonte: https://globoesporte.globo.com/paralimpiadas/noticia/surfista-cego-desafia-padroes-domina-as-ondas-e-sonha-com-o-lugar-mais-alto-do-podio.ghtml
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