A Prefeitura de São Paulo adquiriu 15 unidades do aparelho OrCam MyEye, uma espécie de óculos que escaneia e transforma instantaneamente textos em áudio. O prefeito Bruno Covas participou da entrega da primeira unidade na Biblioteca Paulo Sérgio Duarte Milliet, no bairro da Água Rasa, na Zona Leste da cidade.
“A estimativa é que tenha na cidade de São Paulo até 1 milhão de pessoas com algum tipo de deficiência visual. Todas elas poderão ser beneficiadas por esse programa. Com esses óculos, elas poderão pegar qualquer livro da estante e ter acesso a esta obra, sem depender de livros traduzidos em braile ou áudiolivros. A gente espera com esta iniciativa democratizar o acesso às bibliotecas municipais na cidade de São Paulo”, afirmou o prefeito.
Inicialmente, 12 bibliotecas receberão o equipamento, permitindo que usuários com algum tipo de deficiência visual, com déficit de atenção e dislexia tenham acesso a todos os livros do acervo das unidades.
“Esta é uma iniciativa muito importante para propiciar o acesso à leitura às pessoas com deficiência visual. Foi uma experiência muito boa, é um aparelho bacana mesmo, que me dá autonomia para poder ler os livros em tinta, que a gente não conseguia ter esse acesso”, disse o jornalista Gustavo Torniero, deficiente visual.
Nesta fase de teste, os óculos serão distribuídos nas bibliotecas Mário de Andrade (Centro), Centro Cultural São Paulo (Zona Sul), Affonso Taunay (Zona Leste), Alceu A. Lima (Zona Oeste), Álvares de Azevedo (Zona Norte), Brito Broca (Zona Norte), Hans Christian Andersen (Zona Leste), Monteiro Lobato (Centro), Mário Schenberg (Zona Oeste), Paulo Duarte (Zona Sul), Paulo Sérgio Millet (Zona Leste) e Viriato Corrêa (Zona Sul).
A expectativa é que até o final de 2020, todas as 54 bibliotecas municipais tenham, pelo menos, um par de óculos, fazendo com que todos os livros do acervo municipal fiquem à disposição do leitor com deficiência visual, e não somente o acervo em Braille e áudiolivros. “A cidade de São Paulo precisa ser para todos, não dá para ter uma biblioteca que só uma parte da população possa usar”, disse Covas.
“Nós temos mais de 5 milhões de exemplares nas nossas bibliotecas. Com esse aparelho, todos passarão a ser acessíveis à população com deficiência visual e às pessoas que não conseguem ler livros, mas que poderão utilizar este serviço nas bibliotecas. Isso é estimular a leitura, com autonomia e liberdade”, disse o secretário municipal de Cultura, André Sturm.
A iniciativa faz parte do programa Biblioteca Viva, lançado no ano passado com o objetivo de incentivar a leitura. Com o aparelho, as pessoas com deficiência visual poderão buscar nas próprias estantes das bibliotecas o livro que desejar, garantindo também mais autonomia de cada um.
“É uma iniciativa fantástica. Investimento em tecnologia assistiva como essa é fundamental. Irá atender uma demanda crescente, já que a população com deficiência está cada vez mais na rua, nos espaços públicos”, afirmou o secretário municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Cid Torquato.
Desenvolvido pela “Mais Autonomia Tecnologia Assistiva”, o equipamento pode ser aplicado não só em livros, mas também jornais, revistas, placas de rua, cardápios de restaurantes, nomes de lojas, mensagens do celular, placas de sinalização e folhetos. Trata-se de uma pequena câmera inteligente que, acoplada nas hastes de qualquer par de óculos, escaneia e lê instantaneamente textos em português e inglês, em qualquer superfície, reconhecendo também produtos, código de barras, cores, cédulas de dinheiro e até mesmo rostos que estiverem cadastrados previamente, tudo em tempo real.
(Texto: Prefeitura de SP)
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