Andar em cadeira de rodas, locomover-se por ruas e calçadas sem encontrar obstáculos ou usar o transporte público são parte do direito de ir, vir e permanecer das pessoas com deficiência. Mas, esse direito fundamental tem sido respeitado? Segundo dados do IBGE (2010), o número de pessoas com algum tipo de deficiência no país chega a quase 25 por cento (52 milhões de pessoas). Para discutir e provocar a reflexão em torno de ações em áreas como transporte, educação, trabalho, urbanismo, lazer e cultura, o Museu da Vida apresenta a exposição ‘Cidade Acessível’, uma idealização Folguedo com apoio da Sociedade de Promoção da Casa de Oswaldo Cruz (SPCOC). Quem for conferir, poderá perceber que inclusão e acessibilidade devem caminhar juntas para garantir o direito e a autonomia de todos. A exposição estará aberta ao público até outubro.
Dividida em módulos, a exposição interativa convida o público a vivenciar os desafios enfrentados por quem tem algum tipo de deficiência. No cenário da mostra, é possível refletir sobre situações que envolvem as dificuldades de pessoas cegas, surdas, com mobilidade reduzida, deficiência intelectual e até idosos nas grandes cidades brasileiras.
Para o chefe do Museu da Vida, Alessandro Batista, é dupla a satisfação com a nova atração. “Em primeiro lugar, é uma exposição muito bem feita, que vem ao encontro do que defendemos, em sintonia com a Fiocruz e a sua tradição na defesa do direito das pessoas com deficiência e que integra um conjunto de esforços do museu para melhor acolher este segmento de público. O segundo motivo é o tema da inclusão ser inserido na perspectiva da defesa dos direitos humanos, muito além de perspectiva assistencialista”, completou. “As pessoas com deficiência são cidadãos com direitos que devem ser respeitados, como prevê a constituição brasileira”, lembrou o chefe do Museu da Vida. Segundo a coordenadora da Seção de Formação do Serviço de Educação, Hilda Gomes, Cidade Acessível “será uma grande oportunidade para o público exercitar o sentido da empatia e respeito às diferenças”.
O primeiro módulo da exposição, Estacionamento, começa com um desafio: o visitante deve se colocar no lugar do outro. Com uso de cadeiras de rodas, muletas e vendas, ele é provocado a perceber as barreiras impostas diariamente às pessoas com deficiência. No módulo seguinte, Ponto de Ônibus, vídeos exibem diferentes formas (adequadas e inadequadas) de acessibilidade em várias cidades do mundo. Ônibus é o terceiro módulo e usa simulações projetadas com sons e sinais, mostrando a disposição do mobiliário urbano e os equipamentos encontrados no transporte público.
Com o objetivo de estimular os sentidos, a exposição também apresenta o módulo Praça, que simula um ambiente em que o visitante pode caminhar, observar, tocar, ouvir, cheirar, perceber e refletir interagindo com os diversos objetos disponíveis. Uma sala de aula adaptada compõe o módulo Escola, que explora o tema ensino e discute a adaptação e a convivência entre alunos com características diversas. Esta parte da exposição reúne equipamentos e programas de computador desenvolvidos para facilitar a educação escolar e atividades diárias, principalmente, nas deficiências sensoriais, físicas e intelectuais.
Com o título Depoimentos, o sexto e último módulo de Cidade Acessível é dirigido ao visitante e reúne totens sobre a acessibilidade e revela o que o público pensa sobre o tema da exposição. Sentindo na própria pele as dificuldades encaradas pelas pessoas com deficiência, certamente a impressão do visitante ao sair da Sala de Exposições do Museu da Vida não será a mesma.
Exposição Cidade Acessível
Local: Sala de Exposições Temporárias do Museu da Vida
Horário de visitação da exposição
De terça a sexta-feira: às 9h, 10h30, 13h30 e às 15h
Sábados: das 10h às 16h
De terça a sexta-feira, das 9 às 16h30; sábado, das 10 às 16 horas
Endereço: Avenida Brasil, 4365 – Manguinhos / RJ
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