As bibliotecas municipais de São Paulo receberam mais 60 dispositivos OrCam MyEye, equipados com inteligência artificial que é capaz de ler textos de livros e outras superfícies sem precisar de conexão à internet. Esse pequeno dispositivo também reconhece pessoas, produtos, cédulas de dinheiro e cores.
A tecnologia, lançada em 2015 por uma empresa de tecnologia assistiva israelense, chegou ao Brasil em 2018 por meio da empresa Mais Autonomia, capaz de ler textos nos idiomas português e inglês.
“A tecnologia assistiva é uma importante ferramenta de acessibilidade que ajuda pessoas com deficiência a romper barreiras enfrentadas em seu cotidiano. Ela maximiza suas habilidades e potencialidades, entregando oportunidades em equidade, podendo dar a elas mais autonomia”, explica Abe Magid, diretor da Mais Autonomia.
Mais acessibilidade nas bibliotecas de São Paulo
A inclusão dos óculos nas bibliotecas municipais de São Paulo foi iniciada pelo prefeito Bruno Covas e, devido à alta demanda dos usuários, o prefeito atual, Ricardo Nunes, aumentou a quantidade de óculos disponíveis para uso, reduzindo o tempo de espera e permitindo que mais pessoas os utilizem. As Secretarias de Cultura e de Pessoa com Deficiência participaram do processo.
“Essa tecnologia é revolucionária, pois permite que qualquer pessoa que antes não tinha acesso à leitura possa ler o livro que quiser e usufruir do vasto acervo das nossas bibliotecas. Um único par de óculos é capaz de abrir as portas de milhares de mundos diferentes”, afirma a secretária de Cultura Aline Torres.
Como funcionam os dispositivos OrCam MyEye?
O dispositivo, que é acoplado aos óculos, pesa somente 22 gramas e tem o tamanho de um dedo. Para utilizá-lo, é necessário apenas apontar o dedo no local onde deseja-se realizar a leitura. Através de um sensor óptico, a imagem é capturada e convertida em áudio por meio da Inteligência Artificial, que é emitido por um pequeno alto-falante na parte superior do ouvido.
Conforme um relatório divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), mais de 2,5 bilhões de pessoas em todo o mundo necessitam de um ou mais produtos assistivos, mas cerca de um bilhão não tem acesso, principalmente em países com renda baixa ou média. O dispositivo foi introduzido em instituições de ensino após análise do último censo do IBGE sobre pessoas com deficiência pela Mais Autonomia.
“Nós temos trabalhado muito forte na área de educação com o objetivo de dar mais oportunidades para a próxima geração. O OrCam já está presente em escolas públicas de mais de 800 municípios brasileiros que foram inseridos através de Secretarias de Educação”, explica Abe Magid.