A adolescência de uma pessoa com deficiência de um modo geral, tirando algumas particularidades, acontece de maneira bem parecida com a de outros jovens, marcada por mudanças nas dimensões do corpo, psicológicas, sociais e espirituais.
Partindo do ponto de vista físico, acontece a transformação natural do corpo, devido aos hormônios sexuais, que atuam de maneiras diferentes em meninos e meninas, dando rumo e firmando as características sexuais secundárias.
Os hormônios sexuais mudam em pouco tempo o corpo da pessoa, interna e externamente, transformando o menino em homem e a menina em mulher, entretanto, ainda há uma alma infantil que tenta encontrar o seu caminho, ao se deparar com tantas mudanças.
O adolescente, sendo PcD ou não deve ser levado a sério, nenhuma fase da vida é tão aflorada e intensa como a adolescência, onde há um encontro do novo e do velho jeito de ser. É uma fase onde se descobre o idealismo e da luta pela mudança do mundo e a si próprio. O grande dilema da primeira fase da adolescência é encontrar a sua essência e saber como separá-la, entender o que faz parte de você como criança e deve ser levado para a sua vida adulta. É comum que todos se sintam perdidos nesse momento.
Se perdem roupas, brinquedos, o tempo livre é encurtado e atividades infantis não são tão interessantes quanto antes, o adolescente passa a ter interesse e ganha acesso ao mundo adulto, cheio de sensações, emoções e intensidade.
O adolescente passa a perceber prazeres em seu corpo e o despertar do desejo é como um fulgor que vem de dentro para fora, praticamente incontrolável e diversas conflitante com os seus valores morais, que foram passados em seu núcleo familiar. Nessa fase o adolescente se encontra em uma busca pela vivência de relacionamentos amorosos e sexuais, mas ainda sem saber como. Pode se sentir inseguro, desejar popularidade em seus ambientes sociais, falar sobre seus sentimentos sem transparecer vulnerabilidade e entender a diferença entre amizade e namoro, paixão e tesão, entre o que é o amor e obsessão.
Além dos aspectos físicos e sexuais, a adolescência é marcada por escolhas e a escolha profissional é de uma importância imensurável, o adolescente começa a notar a cobrança vinda de seus pais, professores a muitas vezes até de seus amigos, “o futuro” é algo que ainda está muito a frente e, longe da sua capacidade de comprometimento.
Diversas vezes o adolescente com deficiência é poupado do fardo de se tornar produtivo para o mundo, o que para ele à curto prazo se torna algo positivo mas se for colocado em um quadro amplo, é algo extremamente prejudicial para o seu amadurecimento, pois por mais dura seja a realidade dele e da sua deficiência, todos precisam contribuir com a sua parcela para produção da qualidade de vida de todos. Pais, professores, profissionais e até os seus colegas devem lembrar este adolescente da importância do trabalho e não deixar de lado que o fato desse jovem ser PcD interferir no seu futuro.
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